Olavo Bilac - Saiba descer o que subir não soube

Meus dias consumir de terra em terra,
em banquetes com reis todos os dias;
comigo a pança encheu também Tobias
na Alemanha, na França, na Inglaterra…

Oh! secretário que tão bem comias!
Não sejas mole: dente agudo ferra
na própria língua, que ainda agora encerra
o chorume daquelas iguarias!

Marinhas , meu nego, se tu visses
o que de bom nesta barriga coube,
é impossível que ao pranto resistisses.

Quando o Rio a Petrópolis me roube
desça o trem com finas gulodices,
saiba descer o que subir não soube!

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